Resenha: Leonard Cohen – Popular Problems


Sem o 4 em 1, agora na sexta-feira, para preencher o início da semana com resenhas, a segunda terá o acréscimo de mais uma resenha. A intenção é tentar escrever sobre mais discos ao máximo que puder.

Leonard Cohen estava aposentado desde 2004, mas, ao perceber que havia sido roubado e estava completamente falido, resolveu retornar às gravações e aos palcos. Depois do excelente e absurdamente bom Old Ideas, ele retorna com o segundo disco de estúdio em dois anos, este chamado Popular Problems.

O estilo de Cohen é perceptível ao ouvir as primeiras palavras de "Slow". Com um teor gospel e os vocais de apoio complementando a melodia, já está claro como a água que falta em São Paulo que estamos diante de um dos melhores discos do ano. Poeta que é, é visível que ele sabe usar cada palavra no momento certo – as letras dele não são óbvias.

Primeiro single do trabalho, "Almost Like the Blues" começa com um piano ao melhor estilo jazz dos anos 1940, depois vai ganhando forma sem perder a doçura e a clareza, e a faixa é uma forte concorrente a ser uma das melhores deste ano, assim como a ótima "Samson in New Orleans", de melodia tranquila, mas, ao mesmo tempo, melancólica. Impossível os olhos não encherem de lágrimas no momento em que o violino entra nos minutos finais. Que canção, meus amigos!

Já "A Street" é menos complexa do que a anterior, porém não deixa de ser uma baita música, diga-se de passagem. O vocal bem ritmado de Cohen, ainda com boa voz aos 80 anos, surpreende. Sua voz firme e reconhecível ainda dá conta de uma gravação difícil. Para surpresa de quem está acostumado com o ar poético e melodias pendendo para o jazz, "Did I Ever Love You" é um country muito bem elaborado e com acréscimos desses elementos. Mesmo com o ar de surpresa, foi um acerto.

Com um ar mais blues, "My Oh My" está dentro do que espero de uma canção de Cohen, enquanto "Nevermind" traz um ar moderno com influência da música africana. Falei que "Samson in New Orleans" era uma das músicas do ano, certo? Pois "Born in Chains" está nesse mesmo bolo. A influência gospel dá um tom único à canção e o órgão ao fundo consolida como uma das melhores da carreira dele. A delicada "You Got Me Singing" encerra um dos melhores discos do ano de forma merecida.

Não tenho mais o que falar sobre esse novo disco de Leonard Cohen. Caso você tenha cometido o ultraje de não ouvir, faça isso agora. É um álbum excelente de um cara que raramente errou em sua carreira musical. Aos 80 anos, ele já está na fase final de sua vida, por isso, vamos aproveitar ao máximo. Se possível, vendo um show.

Tracklist:

1 - "Slow"
2 - "Almost Like the Blues"
3 - "Samson in New Orleans"
4 - "A Street"
5 - "Did I Ever Love You"
6 - "My Oh My"
7 - "Nevermind"
8 - "Born in Chains"
9 - "You Got Me Singing"

Nota: 5/5






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