Resenha: Metronomy – Love Letters


Não sendo um grupo dos mais novos, o Metronomy agrada indies de todas as idades. Por isso o lançamento de Love Letters foi bem recebido antes mesmo das resenhas pintarem nos sites especializados, e isso só aumentou a responsabilidade da banda em mostrar que não perderá terreno para as novidades que andam aparecendo.

"The Upsetter" abre Love Letters de maneira bem pop. O violão e a voz de Joseph Mount ajudam a colocar todo um clima calmo logo de cara, mas parece tudo muito bem encaixado para fazer a faixa ficar perfeita. É tudo tão produzido e bem colocado que chega a soar sem graça. Em "I'm Aquarius" temos uma homenagem ao Hot Chip. Só se for, porque é muito semelhante ao trabalho do grupo inglês, mas sem nada de novo.

Ainda na segunda marcha, "Monstrous" aposta no sintetizador como base e até que funciona bem, e a qualidade do trabalho sobe um pouco. A faixa-título começa com um belo conjunto de sopro funcionando bem, indo ao momento em que explode, colocando energia e furor juvenil. Depois de uma boa canção, a lentidão retorna em "Month of Sundays" – nada animada, ela quebra todo ritmo do álbum.

A excelente "Boy Racers" lembra muito o trabalho feito pelo Daft Punk e pelo Justice nos primórdios, trazendo de volta uma atmosfera dos anos 1990 na audição instrumental. Mais uma vez retornando ao ritmo lento, “Call Me” consegue entrar melhor na sequência do que "Month of Sundays", e fora que ela é outra boa canção.

A sonolenta "The Most Immaculate Haircut" é dessas que não faria falta se não estivesse e parece que termina nunca, enquanto "Reservoir" soa muito com esse tecnobrega que invadiu as rádios brasileiras nos últimos anos. Até que não ruim, mas também não é boa, serve para dançar, no máximo. Diferente de "Never Wanted", que retorna o ritmo sonolento.

O enorme pecado do Metronomy foi não ter colocado mais canções dançantes, para equilibrar melhor o álbum. Ficou uma coisa lenta e com clima de praia contrastando com as músicas mais agitadas, que dão outra cara a Love Letters. Uma pena, mas as boas faixas não salvam esse álbum de ser mais do mesmo nesse emaranhado de lentidão que o mundo da música vê hoje.

Tracklist:

1 - "The Upsetter"
2 - "I’m Aquarius"
3 - "Monstrous"
4 - "Love Letters"
5 - "Month of Sundays"
6 - "Boy Racers"
7 - "Call Me"
8 - "The Most Immaculate Haircut"
9 - "Reservoir"
10 - "Never Wanted"

Nota: 2/5



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