Álbuns de Estúdio: Pearl Jam

A nova seção do blog não é muito diferente do que outros têm, a diferença principal é que o explorado será apenas os trabalhos feitos em estúdio. Nada de DVDs, singles, acústicos ou álbuns ao vivo. Uma vez por mês, dissecarei os discos de uma banda. E a estreia não poderia ser melhor do que com o Pearl Jam.


Ten (1991)

O primeiro disco do Pearl Jam não envelhece. Mesmo aos 23 anos, Ten segue tão, ou até mais, atual do que na época em foi lançado. Stone Gossard e Jeff Ament passavam por um momento turbulento após a morte de Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone, antiga banda deles. Enquanto isso, em Los Angeles, Eddie Veder compunha algumas músicas. Quando eles, mais Mike McCready, se uniram para formar o então Mookie Blaylock (seria mudado por ter um jogador de basquete com o mesmo nome), mal sabiam que Ten seria o grande disco da carreira deles. Confessional, com letras poderosas e com todos ganhando destaque sem exceção, esse registro mostra o porquê deles terem sido a melhor banda dos anos 1990.

Nota: 5/5


O segundo álbum do Pearl Jam serviu para eles mostrarem a que vieram. Se o primeiro trabalho era a soma de anos de material e frustrações acumuladas, o segundo disco serviu para marcar território em diversos assuntos, e nada como usar um veículo que ganhou proporções gigantescas para isso. Mas não pensem que as letras autobiográficas acabaram. Vedder seguiu seu estilo e mostrou ao mundo que não era apenas mais um garoto, mas, sim, um dos grandes compositores de sua geração. Esse disco seria o primeiro ponto de virada na carreira de todos eles.

Nota: 5/5


Vitalogy (1994)

É um dos discos mais ecléticos da banda, sem dúvida alguma. Aqui, Vedder dominava melhor a guitarra e já tentava impor seu ritmo nas composições, algo que era dividido entre Jeff Ament e Stone Gossard. Canções como “Last Exit”, “Spin the Black Circle”, “Not for You”, “Corduroy” e “Better Man” viraram clássicos. E foi nessa fase que o Pearl Jam encontrou seu caminho – não apenas como músicos, mas como seres humanos que viram que poderiam fazer a diferença no mundo. Foi o último trabalho de Dave Abbruzzese como baterista da banda. Ele foi substituído por Jack Irons.

Nota: 4,5/5


No Code (1996)

Se você acompanha o Pearl Jam desde o início, garanto que No Code ainda é um álbum incompreensível, porque em nada se parece com qualquer coisa que a banda tenha feito antes. E foi no período de gravação que eles se envolveram em uma disputa judicial contra a Ticketmaster, alegando que o preço dos ingressos estavam caros para os fãs. O quarto trabalho da banda é o mais mistura ritmos e mostra que eles não iriam se prender apenas a um tipo de música, mas, definitivamente, não é tão bom como os primeiros.

Nota: 2,5/5


Yield (1998)

Depois do experimentalismo de No Code, o Pearl Jam retomou as raízes em Yield. Guitarras de Gossard e McCready, o vocal gritado de Vedder, o baixo cheio groove de Amet. Tudo isso misturado a canções mais leves, como “Faithfull”. Foi o último disco com Jack Irons como baterista, posto que seria ocupado por Matt Cameron até os dias atuais.

Nota: 3,5/5


Binaural (2000)

O Pearl Jam entrou nos anos 2000 como o sobrevivente de sua geração. Sem hiato na carreira, sem pausas, sem nada do tipo, a banda seguiu seu caminho. Com seus integrantes entrando na faixa dos 40 anos, não era difícil imaginar que a força e correria daria lugar ao mar de músicas mais tranquilas – um álbum que mistura o que foi feito em No Code e Yield.

Nota: 3/5


Riot Act (2002)

Em Riot Act, eles mostram que a fase de transição havia terminado. Sai a banda empolgante e de músicas agitadas para algo mais leve e acústico. Ainda há solos e canções fortes, mas não na mesma quantidade e intensidade de antes. “I am Mine” e “Thumbing My Way” mostram bem esse novo Pearl Jam. Porém eles não perderam o teor político, e “Bushleaguer” faz questão de fincar a opinião deles sobre a situação dos Estados Unidos à época.

Nota: 3/5


Pearl Jam (2006)

Um dos melhores discos do Pearl Jam, sem dúvida alguma. Parece que foi exatamente neste álbum que os membros relaxaram e puderam fazer algo mais equilibrado entre o passado e presente, e tudo isso veio após um período conturbado e irregular na carreira. Eles encontraram um caminho e seguiram nele, e continuaram arrebatando fãs pelo mundo.

Nota: 3,5/5


Backspacer (2009)

Depois de muito tempo, enfim a banda conseguiu fazer um disco que superou as expectativas. É um ótimo disco, um dos melhores da carreira do Pearl Jam e que melhor sintetiza a fase tiozinho deles. Por ser lindo, por ser tocante, por ser tão eles, não é difícil pôr esse álbum entre os melhores dos anos 2000 e entre os melhores na discografia.

Nota: 4/5


O excesso de baladas e violões torna o álbum um pouco enfadonho em algumas partes, fazendo o Pearl Jam desperdiçar o talento de dois grandes guitarristas em alguns momentos. Porém temos que entender que eles não são mais jovens de 20 e poucos anos e cheios de energia – a voz de Vedder já não funciona da mesma maneira, por exemplo. Pode até não ser um álbum brilhante, mas entra na história como o primeiro disco deles na meia idade. Saem os grunges, aplaudidos de pé, e entram os senhores que apenas desejam viver seus anos finais bem.

Nota: 3/5




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