Resenha: Sophie Ellis-Bextor – Wanderlust


Sophie Ellis-Bextor é uma cantora de carreira na Europa, mas pouco conhecida por esses lados. Ela já teve uma banda nos anos 1990, mas, com o fim, acabou partindo para uma premiada carreira solo, principalmente nos primeiros sete anos, quando conseguiu boas colocações nas paradas e ganhou alguns prêmios.

Aos 34 anos ela entrou em uma nova fase na carreira e optou por mudar um pouco sua música: saiu o eletrônico para entrada do pop – tudo isso sem largar o espírito indie –, e isso é mostrado logo na abertura de Wanderlust, seu quinto trabalho de estúdio, em "Birth of an Empire". A faixa apresenta uma boa parte instrumental, soando música clássica, enquanto a bela voz de Ellis-Bextor casou muito bem com todo contexto.

"Until the Stars Collide" traz toda uma atmosfera muito interessante e mantém o bom nível, enquanto "Runaway Daydreamer" coloca um clima acústico – uma boa sequência de três canções. "The Deer & the Wolf" é uma faixa muito pop e tem potencial para ocupar as paradas se for lançada como single. Antes do interlúdio, “Young Blood” fecha a primeira parte de Wanderlust de maneira primorosa.

Dividindo o álbum exatamente ao meio, "- Interlude -" parece uma gravação dos anos 1930 ou 1940, com uma produção boa. Apesar de animada, “13 Little Dolls” não comove e não condiz com a boa primeira metade, diferente de "Wrong Side of the Sun", que é boa, mas também não é muito superior. A tentativa de fazer alguma coisa com mais classe não trouxe resultados em “Love is a Camera”, faixa que pouca coisa funciona. Outra que é desapontadora é "Cry to the Beat of the Band", uma tentativa sem graça de ser Amy Winehouse – no caso, falta voz. A delicada e profunda "When the Storm Has Blown Over" encerra o novo trabalho de Ellis-Bextor melhor do que a segunda metade do disco pode apresentar.

Wanderlust é um trabalho muito irregular e pode ser dividido antes e depois do interlúdio, mas mostra que Sophie Ellis-Bextor tenta mudar seu caminho depois de ter sido uma das primeiras musas dos indies nos anos 2000. É um bom caminho, desde que ela repita o que fez na primeira metade desse novo álbum e não cometa erros tolos.

Tracklist:

1 - "Birth of an Empire"
2 - "Until the Stars Collide"
3 - "Runaway Daydreamer"
4 - "The Deer & the Wolf"
5 - "Young Blood"
6 - "- Interlude -"
7 - "13 Little Dolls"
8 - "Wrong Side of the Sun"
9 - "Love Is a Camera"
10 - "Cry to the Beat of the Band"
11 - "When the Storm Has Blown Over"

Nota: 2,5/5



Veja também:
Resenha: Against Me! – Transgender Dysphoria Blues
Resenha: Sharon Jones and The Dap-Kings – Give the People What They Want
4 em 1: Iced Earth, Rosanne Cash, Railroad Earth e Patterns
Resenha: Dum Dum Girls – Too True
Resenha: Warpaint – Warpaint
Resenha: Stephen Malkmus and the Jicks – Wig Out at Jagbags


Comentários