U2, Arcade Fire, Pharrell e Yeah Yeah Yeahs no Oscar: bom para todos


A Academia mudou muito do início do Oscar para os dias atuais. O formato da premiação, os prêmios, o modo de consumir os indicados, as discussões amplificadas pelas redes sociais, a torcida para atriz ‘x’ e ator ‘y’; tudo isso contribuiu para transformar um troféu em algo cobiçado por quase todos que estão em Hollywood.

A parte musical também mudou muito em mais de oito décadas. De músicas instrumentais no início até cantores famosos levando o prêmio, mas nenhuma edição está tão pop e condizente com os novos tempos do que a que foi anunciada nesta semana.

Se Beatles, Bob Dylan, Elton John, Bruce Springsteen, Adele e Trent Reznor, único deles a vencer na categoria Melhor Trilha Sonora por A Rede Social, já tiveram a chance de concorrer e a honra de ganhar; 2014 colocou na disputa uma banda extremamente conhecida (U2), duas que vem construindo o sucesso graças a um público relativamente jovem (Arcade Fire, na figura de Will Butler, e Yeah Yeah Yeahs) e um rapper que vem se destacando pelo trabalho quase exclusivo como colaborador (Pharrell Williams) – seja em filmes ou em trabalhos de colegas, como o Daft Punk, Lady Gaga, Jay Z e outros.

Os últimos anos não tiveram muitos músicos famosos premiados, sendo apenas cinco vitórias em 20 tentativas em Melhor Canção Original. Mas é interessante como cada vez mais a união entre cantores/bandas e cinema tem sido bem comum, e esse ano mostra que as bandas novas também estão querendo diversificar a audiência ao topar esse tipo de trabalho. E é uma maneira de livrar um pouco das amarras do tipo de música feita pela banda/cantor, sendo um bom espaço para experimentar e tentar coisas novas.

O cinema e os seriados têm sido bons veículos para disseminação de singles e canções inéditas – vide o tremendo sucesso de “Skyfall”, cantada por Adele na abertura de 007 – Operação Skyfall (aliás, a franquia do espião mais famoso do mundo tem sido craque em utilizar cantores famosos na canção de abertura desde sua estreia nos cinemas). É um bom filão para qualquer cantor/banda e gravadora, que atingem um público muito maior.

Uma coisa que fica clara é o recheio que esse tipo de escolha dá as premiações de maneira geral. A torcida dos fãs potencializa a audiência, aumenta a venda de DVDs, de assinaturas a serviços de streaming e compra de músicas em plataformas online. O Globo de Ouro foi um bom parâmetro para isso – a torcida entre para o U2, por exemplo, foi gigante.

Esse tipo de atitude movimenta uma quantidade significativa de pessoas pelo globo até 2 de março, dia do anúncio da Melhor Canção Original e da Melhor Trilha Sonora. Vamos ver quem ganha.

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