Resenha: Justin Timberlake - The 20/20 Experience – 2 of 2


Lançada no meio deste ano, a primeira de duas partes de The 20/20 Experience não agradou. Canções longas em excesso e a tentativa de um trabalho épico acabou atrapalhando muito as pretensões de um dos lançamentos mais esperados por público e crítica neste ano.

No final de setembro, a segunda parte saiu e começa com “Gimme What I Don't Know (I Want)”, que chega até empolgar um pouco no início, mas se perde pelo excesso de complementos. A mesma coisa acontece na dançante e muito longa “True Blood” – tirando de três a quatro minutos ficaria ótima e, certamente, seria uma das boas do ano. Infelizmente, a faixa é tão longa que dá sono.

Com colaboração do rapper Drake, Justin canta It's a cabaret/ (Put on a show, get on the floor)/ Cause even though I'm a professional/ I like to do my work at home em “Cabaret”. Não é uma faixa ruim e é naquele esquema de sempre: o colaborador entra, faz a sua e sai de cena, deixando caminho aberto para o vocalista principal fazer sua parte. Em “TKO” temos um refrão fácil e uma batida que automaticamente lembra o produtor Timbaland, que também colabora com sua voz na epopeia de mais de sete minutos.

"Take Back the Night" é um R&B à la Michael Jackson presente em Off The Wall, disco solo que impulsionou a carreira do cantor de vez no final dos anos 1970. Até aqui, de longe, é a melhor de The 20/20 Experience – 2 of 2 por ser simples e com bons arranjos. Assim como Timberlake teve vez em Magna Carta... Holy Grail, Jay Z aparece em “Murder”, outra que não empolga, apesar do show de referências na parte cantada pelo marido de Beyoncé.

Primeira canção realmente pop de todo trabalho, sem tentar misturar qualquer outro ritmo, “Drink You Away” até que funciona mesmo estando muito longe do que ele já apresentou em trabalhos passados, enquanto “You Got It On” é inofensiva de tão melosa e não fede, nem cheira. Outra que também não faz nem cócegas é “Amnesia”, outro épico de mais de sete minutos longo e cansativo.

Perto do final, JT resolveu colocar sua veia amorosa em ação e emendou três canções do estilo. A terceira é a balada “Only When I Walk Away”, faixa que começa em alta, porém a segunda metade é apenas de dor e sofrimento na letra que até que é interessante. Última música, “Not a Bad Thing” mistura um pouco de cada coisa apresentada no disco. Com tudo isso, o encerramento tem mais de 11 minutos e, claro, tem seus altos e baixos, mas encerra de maneira bem digna.

Apesar do bom encerramento, já não existia mais paciência alguma para finalizar uma audição maçante e sem graça de um trabalho fraco que é The 20/20 Experience – 2 of 2. Pautado pelo exagero de algumas músicas, o álbum é dividido em duas partes: uma mais dançante e R&B e outra mais leve e pop, e o resultado é um álbum inconsistente, sem alma em algumas partes e muito longo – longo até demais. Quer misturar eletrônico, pop e hip-hop? Beleza, mas faça isso direito. Somando as duas partes de The 20/20 Experience não dão uma, o que é uma pena, pois Justin Timberlake é talentoso o suficiente para fazer discos melhores.

Tracklist:

1 - "Gimme What I Don't Know (I Want)"
2 - "True Blood"
3 - "Cabaret"
4 - "T.K.O."
5 - "Take Back the Night"
6 - "Murder"
7 - "Drink You Away"
8 - "You Got It On"
9 - "Amnesia"
10 - "Only When I Walk Away"
11 - "Not a Bad Thing"

Comentários