Resenha: Babyshambles - Sequel To The Prequel


O polemico Pete Dorothy ficou sem o Libertines em 2004, mas, ao lado de Mick Whitnall, Drew McConnell e Adam Falkner, reativou seu projeto paralelo, o Babyshambles. Desde 2010 a banda vinha trabalhando no lançamento de Sequel To The Prequel para este ano, e isso tudo aliado a uma pequena turnê feita pela banda na Oceania durante as gravações.

O terceiro trabalho de estúdio da banda começa com a animada “Fireman”, canção rápida e rasteira, com menos de dois minutos, tem a força do tradicional punk inglês. Mudando completamente o ritmo das coisas, o apelo pop chega em “Nothing Comes to Nothing” com todos os clichês possíveis: uma balada de refrão fácil, cheia de “yeah” e bem bonitinha.

Outra no violão, “New Pair” é muito fossa. Dolorosa, ela conta com um riff de guitarra cortante enquanto a melodia de desenvolve. Mantendo o clima tranquilo, “Farmer’s Daughter” tem um início folk, tendo o campo como pano de fundo para a história da personagem. Depois a canção cresce no refrão, deixando bem tocante e reflexiva. São as duas melhores do disco.

“Fall From Grace” também é bem para baixo e fala de dor, queda e tristeza, e talvez reflita o atual momento de Dorothy. Agora mais velho, será que ele vai criar juízo finalmente? Só o tempo dirá. Já em “Maybelline” retoma com um clima mais pop e até um pouco festivo, deixando de lado todos os sentimentos ruins.

A sétima faixa, que leva o nome do disco, começa com uma demo da banda e avança até virar algo meio jazz, meio boggie woggie – uma música que dá muita vontade de sair dançando por aí. Certamente inspirado pelo clima parisiense, atual morada de Pete, “Dr. No” conta a história de uma pessoa que está correndo perigo na água. Mantendo o ritmo aquático, “Penguins” tem uma pegada mais pop com temática pesada e metáforas sobre vida e morte.

Com um jeitão de country, “Picture Me in Hospital” é bonitinha, porém ordinária por não chamar tanta atenção quanto outras faixas, e “Seven Shades” lembra muito alguns dos melhores momentos do Kinks, banda clássica inglesa dos anos 1960. Finalizando com um clima bem blues, “Minefield” rivaliza com “New Pair” e “Farmer’s Daughter” como a melhor de Sequel To The Prequel.

Depois de anos afundado nas drogas e em confusões, parece que Pete Dorothy deseja sair dessa situação em que ele se encontra. E nada melhor que o trabalho para mostrar que é possível mostra toda sua qualidade como letrista. Com ajuda de do produtor Stephen Street, o Babyshambles fez um disco surpreendentemente bom e vai chamar atenção pelas boas composições e melodias. Sequel To The Prequel não é um álbum genial, mas é muito competente e entrega canções boas. É mais do que suficiente.

Tracklist:

1 - "Fireman"
2 - "Nothing Comes To Nothing"
3 - "New Pair"
4 - "Farmer's Daughter"
5 - "Fall From Grace"
6 - "Maybeline"
7 - "Sequel To The Prequel"
8 - "Dr. No"
9 - "Penguins"
10 - "Picture Me In A Hospital"
11 - "Seven Shades Of Nothing"
12 - "Minefield"

Nota: 3,5/5



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