Resenha: CSS – Planta

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O Cansei de Ser Sexy (CSS) é, atualmente, a banda brasileira mais badalada na Europa e nos Estados Unidos. O grupo formado em 2003 começou a fazer sucesso pela mistura de ritmos e pelas letras engraçadas, que logo começaram a explodir nas pistas de dança pouco antes da primeira metade dos anos 2000.

Dez anos se passaram desde o início disso tudo e algumas coisas mudaram na banda. A principal delas é que, desde 2011, Adriano Cintra, principal compositor e produtor dos discos, deixou Luiza Lovefoxxx, Luiza Sá, Ana Rezende e Carolina Parra por elas mesmas, e partiu para seu projeto solo: o duo Madrid, que mantém ao lado de Marina Vello, ex-Bonde do Rolê.

Apenas dois anos após o lançamento de La Liberación, o quarteto de garotas entrou em estúdio novamente e colocou no mercado Planta, o quarto disco de estúdio do CSS. E o trabalho começa com a característica que marca a banda até hoje: a inserção na música eletrônica. Cheio de batidas e interessante, “Honey” é um bom início de um álbum que parece promissor.

A segunda música coloca outra característica do grupo: as letras divertidas. “Hangover” chama para dançar e tem um ritmo meio caribenho, e que soa animado e para cima em uma canção de quase três minutos. “Into the Sun” mantém a pegada, apesar de ser mais lenta, serve perfeitamente nas pistas, mas, neste ponto, mostra que o CSS se apoiou em uma fórmula, e isso não parece uma boa ideia.

Já em “Girlfriend” temos puro tédio e que não justifica o hype de ter Dave Sitek, do TV on the Radio, na produção do disco. Totalmente descartável e inútil. A quinta faixa, “Dymanite”, é pautada pelo baixo e só tem isso de legal. A letra é ruim, os sussurros não empolgam em nada e a tentativa de soar punk não passa de uma tentativa – sem sucesso, diga-se. “Sweet” é outra faixa que não merecia fazer parte do álbum. A voz da Lovefoxxx ficou muito estranha com o efeito usado, fora que é muito exagerada na parte eletrônica – o que deixou o conjunto da obra muito ruim.

Entrando na segunda metade do trabalho, temos a divertida “Too Hot”, uma tentativa de melhorar a qualidade de Planta. Mas a sensação de melhora acaba em “Teenage Tiger Cat”, que mistura de tudo um pouco, deixando a canção entediante. Mais à frente, “Frankie Goes to North Hollywood” parece ser uma tentativa de misturar rap com reggae, mas é pessimamente sucedida, com uma parte em português que parece que foi inserida de qualquer jeito – em outros trabalhos, isso sempre soou com naturalidade.

Em “The Hangout” temos uma faixa que dá voltas nela mesma, com um refrão repetitivo e que encerra com um beijinho e um ‘rawr’ – a cafonice, ela não tem limites. Por fim, “Faith in Love” está jogada. Sem conexão com as outras canções, ela tenta soar sombria, mas é apenas outra tentativa ruim para completar o show de horrores.

Cintra saiu abruptamente do CSS após uma desavença com suas companheiras de grupo e, dois anos depois de toda confusão, as meninas tiveram que andar com suas próprias pernas, mas não foram bem-sucedidas. Com boa vontade, Planta tem três músicas boas e que relembram as características da banda: animada, eletrônica e que coloca todo mundo para cima. No mais, o quarto disco de estúdio é chato em sua maior parte e mais entedia do que anima. Talvez o espaço entre um álbum e outro, de apenas dois anos, foi curto para o grupo amadurecer musicalmente e preparar melhor seu material.

Há uma clara piora em diversos aspectos em Planta, e isso precisa ser melhorado no futuro. Amadurecer não significa esquecer o passado e mudar tudo, porém uma lapidação é necessária. Talvez mudar o produtor e procurar ajuda de outras pessoas possa colocar uma nova perspectiva para uma banda que nasceu e cresceu animada, mas que cometeu erros de adolescente já beirando os 30 anos.

Tracklist:

1 - “Honey”
2 - “Hangover”
3 - “Into the Sun”
4 - “Girlfriend”
5 - “Dynamite”
6 - “Sweet”
7 - “Too Hot”
8 - “Teenage Tiger Cat”
9 - “Frankie Goes to North Hollywood”
10 - “The Hangout”
11 - “Faith in Love”

Nota: 1,5/5

http://youtu.be/doTGKMVQ8oo

Comentários

  1. Hmmm... 1,5?
    Rolou um exagero ai não acha?

    Concordo com muitos aspectos da critica, porém discordo de alguns detalhes. Não acho que apostar em algo mais condensado deixou o album monotono, mas deixou ele um até mais redondo.

    Sim, eu acho algumas faixas dispensáveis, mas tem grandes faixas ai... Honey, Hangover, Frankie, Too Hot, Dynamite e Into The Sun.

    Daria um 3/5.

    E acredito que esse foi só um álbum de provação, pra mandar o recado de que o grupo não acabou e que ainda tá na ativa, claro que a perca do Adriano é sentida e de certo modo refletida nas letras e no vibe do CD, mas isso é só a preparação pra algo maior, do próximo sim promete.

    Pelo menos eu ainda prefiro acreditar que o CSS tá muito bem, obrigado e ainda tem muito a surpreender. :D

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  2. Não achei exagero. Achei que faltou consistência no geral, mas não significa que a banda não possa fazer um bom trabalho no futuro.

    Abraços e valeu pelo comentário.

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  3. Essa onda de acreditar num só integrante para uma banda, não me preocupa tem muita história por aí de bons resultados gostei do que eu ouvi do CSS, agora é que são elas. Vi a banda nascer gostei desde o começo sempre foram criativos, nunca foquei tanto no Adriano Cintra mas no grupo como o todo, sabe lá ele até volta, mas to curtindo muito o quarteto.

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