Rock, Elvis e a fita

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Hoje o rock é o gênero mais popular da música, atraindo milhões de fãs pelo mundo. Antes de o ritmo se espalhar por aí, era considerado música de vagabundo e de jovens revoltosos – muitos inspirados por James Dean, astro de filmes direcionados aos adolescentes da época. O ritmo que chamou a atenção no início dos anos 1950 nada mais é que a evolução do rhythm and blues, filho do blues, neto do jazz e primo do folk.

A popularização aconteceu por dois motivos: o rádio, que era o único meio de comunicação de longo alcance; e pelo início da TV. Precisando de atrações e com o aumento de pessoas com um aparelho em casa, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, os donos não poupavam esforços para preencher a programação, então muitas bandas e artistas ficaram extremamente conhecidos depois de aparecer em algum programa musical.

Mas o início da era do rock só foi possível por conta de uma invenção, de meados dos anos 1940, que mudaria a forma de produzir música: a gravação em fita, popularizada pelo baixo custo e pela facilidade de carregar o aparelho para qualquer lugar. Outra coisa que chamou a atenção dos produtores foi a possibilidade de editar o áudio e fazer modificações, o que não acontecia com o método chamado “direto para o disco”.

O “direto para o disco” era muito simples: a banda se reunia em estúdio, o aparelho de gravação era ligado, e era só tocar. Com o trabalho pronto, o encarte era preparado, a quantidade de cópias desejada era produzido e pronto. Depois da guerra, esse método praticamente desapareceu, sendo substituído pela gravação em fita, desenvolvido na Alemanha Nazista para editar discursos e propagandas que visavam espalhar o conceito pelo mundo.

O início do processo de gravação em fita foi dominado por experientes DJs de rádios, conhecedores da técnica da edição e, graças a esse método simples, vários estúdios e gravadoras independentes foram abrindo, gerando a descentralização dos grandes conglomerados da indústria fonográfica. Além disso, o processo ficou mais informal, menos tenso e mais propicio a experimentações, e foi graças a isso que o primeiro fenômeno do rock surgiu. Sim, ele mesmo, Elvis Presley.

Então motorista de caminhão, Elvis entregou um disco na Memphis Recording Service, de Sam Phillips. Após algumas semanas de insistência, ele foi chamado por Phillips para uma gravação, e foi aí que nasceu a lenda. Durante uma pausa da sessão, Presley cantou uma música de improviso, a banda acompanhou e Sam não teve dúvidas ao ligar o gravador. Na primeira semana de agosto de 1954, o primeiro compacto do cantor, que nunca havia feito uma apresentação ao vivo, foi lançado. A partir daí, o resto é história.

O processo em fita ajudou muito o rock e, depois de Elvis, Jerry Lee Lewis e Chuck Berry, o ritmo só se popularizou não só pelos Estados Unidos, e ajudou na criação de várias bandas pelo mundo. Uma delas, no início dos anos 1960, era de Liverpool.

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