A grana da internet

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Pouco antes do início dos anos 2000, a internet ganhava força e vinha construindo o alicerce do que seria em pouco tempo: forte, produtiva e cheia de ideias e debates. Uma coisa que apareceu com tudo isso foi o compartilhamento de música por alguns programas – o mais conhecido deles era o Napster, criação de Sean Parker.

Era um programa que, basicamente, ajudava a distribuir arquivos de MP3 pelo mundo, e Parker acabou arrumando briga com gravadoras e artistas. Quem virou o grande símbolo dessa disputa foi o Metallica, que foi a banda-líder do movimento contra o download ilegal de músicas.

Só que, ao mesmo tempo em que muitos programadores estavam enfrentando problemas com a justiça, poucos artistas se mexeram realmente para mudar a situação. Ao invés de focar em melhorias nesses programas, eles não conseguiram visualizar o potencial dessa enorme demanda – o Napster chegou a ter oito milhões de usuários trocando, em média, 20 milhões de arquivos por dia. Mas alguém conseguiu ver esse mercado e mudou, para sempre, a história, não só de parte de música, mas da indústria de tecnologia.

Esse alguém foi Steve Jobs.

Na mesma época em que o Napster enfrentava problemas, Jobs trabalhava em um aparelho que seria fácil para colocar no bolso e teria megabytes suficientes para colocar uma boa quantidade de músicas. A invenção dele se chamaria iPod, que logo virou uma fenômeno de vendas pelo mundo e potencializou a Apple – maior indústria de tecnologia atualmente. Mas antes de colocar o iPod no mercado, ele precisava abastecê-lo. Foi aí que o inventor conversou com as principais gravadoras dos Estados Unidos e, em cima disso, criou o iTunes.

Tudo isso mudou, não só a indústria, mas a maneira de consumir música. Após a briga do Metallica com o Napster, agora os artistas ganharam uma nova plataforma para ganhar dinheiro: o streaming.

Diferente de ter o arquivo no computador, ouvir música via streaming é bem simples: basta achar um site, como Spotify, escolher o artista, dar play e pronto. Também é possível fazer isso pelo YouTube, o mais popular site de compartilhamento de vídeos.

Recentemente, a RIAA (Recording Industry Association of America), que representa a indústria fonográfica nos Estados Unidos, anunciou que vai considerar o streaming na contagem de vendas e na distribuição de discos de ouro e platina. Ou seja, quem vende muito na internet, como Adele, Lady Gaga e Justin Bieber, serão favorecidos com a mudança de avaliação. Com 500 mil execuções, consegue-se um disco de ouro; um milhão vale o disco de platina; dois milhões a música vira um single multiplatinado.

Anos depois de toda confusão envolvendo direitos autorais, fica claro que sempre houve interesse do público em consumir música pelo computador, desde que existem maneiras de fazê-lo. A disputa só potencializou a força do que está acontecendo hoje, e forçou uma reinvenção de como ganhar dinheiro com música.

Nada de tiragens megalomaníacas de compactos, ou de singles, ou de álbuns. A moda é colocar a música na internet e contar com os fãs. E, pelo que o futuro aponta, muita gente vai sair ganhando.

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