O Vaccines surgiu como nova esperança indie, um sopro de frescor no, vamos chamar assim, movimento. Sem um grande nome após o sucesso do Arctic Monkeys, a banda londrina fez um sucesso admirável com What Did You Expect From The Vaccines?, o primeiro disco, chamado pelos ingleses de Is This It deles, que invadiu as paradas pelo mundo com os hits grudentos “If You Wanna” e “Post Break-Up Sex”, que falam de temas bem atuais para a juventude do mundo.
Pois bem, pouco mais de um ano se passou e, como prometido pela banda durante a primeira grande turnê mundial, que passou pelo Brasil, veio o segundo disco, Come of Age. E de cara vem pancada “No Hope”, que fala da dificuldade em crescer, da dificuldade em ultrapassar a barreira dos 21 anos e virar adulto. O disco já começa com a certeza de um single de sucesso e uma boa para abrir as apresentações.
A segunda canção é “I Always Knew”. A típica canção de amor, mas com um toque que só o Vaccines dá: falar de temas mais reais, como sexo, por exemplo. Um dos motivos para adorar a banda é esse: eles falam a língua de quem os escuta e, claro, rola uma identificação muito boa. “Teenage Icon” é o segundo single do disco e é construída em cima da guitarra e até rola um solo bem legal. Uma música bem dançante e animada.
Na sequência de três músicas com uma temática animada vem “All In Vain”, uma canção bem triste e distante. Diferente da guitarra afiada do início, ela é toda no violão e mais introspectiva e, após a farra e o momento “Curtindo a Vida Adoidado”, o Vaccines canta que foi tudo em vão. Já "Ghost Town" é uma letra sem sentido e muito diferente do que a banda fez no último ano e meio. Ela está completamente deslocada do resto do álbum e não faria diferença se não estivesse presente.
“Aftershave Ocean” tem uma melodia surpreendentemente boa e muito agradável, diferente da letra, que não arranca muitos suspiros. A lenta, sombria e meio grunge de “Weirdo” chama a atenção e muitas pessoas vão se identificar, enquanto “Bad Mood” é mais rápida, mais grudenta, mais punk e mais Vaccines. Talvez seja a musica que represente a banda.
O terço final do disco começa com “Change of Heart Pt. 2” e, tranquilamente, ela poderia ter feito parte de What Did You... Lembra muito “If You Wanna” e tem uma boa cara de single. A penúltima música é “I Wish I Was A Girl” e é a mais amarga do disco. E assim como na estreia, o encerramento é com uma música bem triste: “Lonely World” coloca ponto final no segundo disco do Vaccines de maneira bem digna.
Se você tem entre 20 e 25, vai gostar do disco. De cara, eu diria. Se você ultrapassou essa idade, vai recordar de como não foi fácil crescer. Não é um grande disco no geral, mas tem lá suas qualidades e vamos lembrar que é o segundo trabalho da banda pouco mais de um ano após estourar nas paradas. O ponto alto está nas boas melodias, mais trabalhadas e mais caprichadas. As letras ainda estão no meio caminho entre o amadurecimento e algumas bobagens, o que é bem natural.
Se existe mesmo o famoso teste do segundo disco, o Vaccines não passou com louvor, porém passou e está se firmando e definindo seu som. O caminho é bem árduo e, como a banda mesmo lembra, não é fácil crescer. E que me perdoem os adultos chatos, mas passar pela adolescência, errar, fazer cagadas e seguir em frente é fundamental. Talvez essa frase resuma bem o que é Come of Age: não há problema em errar aqui e ali, o fundamental é valorizar os acertos.
Tracklist:
1. “No Hope”
2. “I Always Knew”
3. “Teenage Icon”
4. “All In Vain”
5. “Ghost Town”
6. “Aftershave Ocean”
7. “Weirdo”
8. “Bad Mood”
9. “Change Of Heart pt.2”
10. “I Wish I Was A Girl”
11. “Lonely World”
Nota: 3/5
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=S_3eEPpmKwE]
[…] os Strokes da nova década. Depois do ótimo What Did You Expect from The Vaccines?, veio o não tão bom Come of Age, mas ficava claro no segundo trabalho que o som ainda estava definindo para tentar se colocar entre […]
ResponderExcluir