Jóhann Jóhannsson: Hollywood perde um gênio da composição


Compositor islandês morreu no último sábado, aos 48 anos, na Alemanha

No último sábado (10), fiquei muito chocado quando recebi a informação da morte do compositor Jóhann Jóhannsson. Aos 48 anos, ele foi encontrado morto em um hotel na Alemanha, onde estava para fazer uma apresentação. A notícia repentina espantou atores, diretores, produtores e todo tipo de profissional que acompanha de perto o trabalho em trilhas sonoras.

O trabalho do islandês era dos melhores. Considerado inovador por seus colegas, Jóhannsson tinha um estilo muito próprio em que conseguia ser experimental e, ao mesmo tempo, pontuar o necessário para destacar o personagem de cada tema instrumental ou determinada cena.

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Durante a divulgação de A Chegada, uma de suas declarações me ajudou muito a entender melhor como um tema instrumental pode levantar ou acabar com uma cena.

"Existem alguns filmes em que um tipo de som invisível funciona melhor. E depois há alguns filmes em que você precisa de uma abordagem mais agressiva. É incrível como a música pode realmente melhorar uma atuação", contou.

A trilha sonora de A Chegada é uma das melhores para contar a história da linguista que tenta comunicação com seres de outro planeta. Ali, Jóhannsson conseguiu pontuar com maestria o filme dirigido por Denis Villeneuve. Eles fariam outra parceria em Blade Runner 2049, mas as famosas "diferenças criativas" tiraram o compositor do projeto. Foi um movimento estranho e sem muitas explicações das partes envolvidas. Quem sabe, no futuro, seja divulgado o que realmente aconteceu.

Veja também:
Trilha sonora: A Chegada, por Jóhann Jóhannsson
Trilha sonora: Sicario - Terra de Ninguém, por Jóhann Jóhannsson
Trilha sonora: A Teoria de Tudo, por Jóhann Jóhannsson (2014)

A morte de Jóhannsson interrompe um trabalho que poderia crescer e melhorar ainda mais ao longo dos anos. Com três indicações ao Oscar, ele já havia mudado de patamar e estava pronto para voos mais altos na carreira em Hollywood. Certamente, dentro de alguns anos, levaria o Oscar em Melhor Trilha Sonora. Era o caminho natural para o trabalho que vinha desenvolvendo.

Ele também mantinha uma carreira sólida carreira fora das trilhas sonoras – Englabörn (2002), Virðulegu Forsetar (2004), Fordlândia (2008), IBM 1401 – A User’s Manual (2006), The Miners’ Hymns (2010) e Orphée (2016) são os discos da discografia. Era uma das atrações do festival Primavera Sound, que acontece anualmente em Barcelona, na Espanha.

Recomendo não só ouvir os discos, mas as trilhas também. E vejam os filmes. Jóhann Jóhannsson fará muita falta.

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