Resenha: Lana Del Rey – Ultraviolence


Lana Del Rey surgiu como um furacão há três anos, mas, mesmo com todo hype, ainda não entregou um grande trabalho – Born to Die, seu primeiro disco mais conhecido, é uma bagunça sonora, além de ser bem confuso. Com as costas mais largas, como se dizem por aí, ela lançou Ultraviolence esperando uma melhora.

Com o mesmo tom do início do último disco, Lana Del Rey abre com "Cruel World". O tom etéreo, que ela faz muito bem, e a melodia leve carregam bem a canção, mas a longa duração é um problema – se tivesse dois minutos a menos, seria ótima. A boa faixa-título consegue condensar melhor o tempo, o que ajuda até mesmo no desempenho da vocalista (o refrão grudento também colabora).

"Shades Of Cool" consegue manter o bom nível de "Ultraviolence", além de mostrar outro lado de Lana em uma faixa mais suave e menos dream pop (categoria de música que usa ecos e efeitos em excesso). De longe, é uma das melhores coisas que ela já fez, mesmo com seus quase seis minutos. Se a canção anterior é muito boa, "Brooklyn Baby" parece uma repetição de seus primeiros singles e não acrescenta em nada no disco. Altamente passável.

Com um pouco mais de ousadia, o início de "West Coast" é bem interessante, mas depois a faixa entra no que a cantora faz de melhor, mas essa não tem nada que surpreenda do meio para frente. Exatamente na metade do disco começam os problemas, como em "Sad Girl", que parece exatamente a mesma música tocada anteriormente. Completamente passável.

A longa duração de um disco tem seu preço: em "Pretty When You Cry" Ultraviolence começa a ficar maçante e sem graça. De novo, Lana Del Rey concentra seu melhor no início, mas parece perder fôlego na metade. Ela até tenta uma recuperação em "Money Power Glory", que até é boa, mas fica perdida no meio de duas ruins.

Tentando algo ainda mais épico, "Fucked My Way Up To The Top" é difícil por ser cheia de camadas, mas até que é passável. O mesmo acontece em "Old Money", que é outra que poderia estar em Born to Die – o uso do piano dá um belo tom à faixa. Soando como trilha sonora de algum filme da Disney, "The Other Woman" encerra bem o álbum com uma excelente melodia.

Se o problema do primeiro disco era a falta de coesão, isso foi corrigido neste trabalho, mas agora os pecados são o excesso, a pretensão de soar épico e a duração das faixas tristes - aliás, é claro que alguma coisa aconteceu na vida pessoal da cantora. Com mais de 50 minutos, Ultraviolence fica maçante e irregular depois da metade. Inegável que a produção e Lana Del Rey melhoraram, mas os erros mais visíveis ainda atrapalham a construção de um álbum. E isso precisa ser corrigido.

Tracklist:

1 - "Cruel World"
2 - "Ultraviolence"
3 - "Shades Of Cool"
4 - "Brooklyn Baby"
5 - "West Coast"
6 - "Sad Girl"
7 - "Pretty When You Cry"
8 - "Money Power Glory"
9 - "Fucked My Way Up To The Top"
10 - "Old Money"
11 - "The Other Woman"

Nota: 2,5/5



Veja também:
Resenha: Kasabian – 48:13
4 em 1: The War On Drugs, Cloud Nothings, Russian Red e Black Lips
Resenha: Parquet Courts – Sunbathing Animal
Resenha: The Birds of Satan – The Birds of Satan
Resenha: Jack White – Lazaretto
4 em 1: Adrenaline Mob, Maxïmo Park, Paloma Faith e Wild Beasts



Comentários