Festival: Lollapalooza Brasil 2018 – como foi (de casa)

Crédito da foto: Lollapalooza Brasil/Facebook

Mais um ano em que o SofáPass foi garantia de sucesso


No último final de semana, aconteceu mais uma edição do Lollapalooza Brasil, já há algum tempo no Autódromo de Interlagos. Assim como na maioria das vezes, o festival apresentou boas atrações espalhadas ao longo de três dias de evento – o retorno do formato, depois de algumas edições com apenas dois dias.

O grande problema por aqui foi uma semana terrível que eu tive. Primeiro dor de garganta e tosse, depois um enjoo terrível, depois o retorno da dor de garganta e da tosse. Fica dica: não recomendo. Então, acabei vendo pouca coisa no primeiro dia do festival.

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Como já era esperado, o show do Spoon fez uma ótima apresentação e está cada vez melhor ao vivo. Deve ter sido ótimo a apresentação da banda com o The National no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Caso tenha a chance de vê-los ao vivo e tenha um dinheiro que você não esteja usando, recomendo ir com tudo.

Não vi Royal Blood e Chance the Rapper, pois dopado de remédio. Acabei acordando na hora do LCD Soundsystem. E que banda maravilhosa. No Twitter, algumas pessoas que sigo falaram que não viam grande coisa na trupe liderada por James Murphy. Tenho total consciência que ouvir um disco do Talking Heads é a discografia deles quase toda, mas não resisto. É mais forte do que eu. Quando percebi, até tinha esquecido que estava doente.

Lembrei que estava quase 24 horas sem comer direito e dopado de remédio quando começou o Red Hot Chilli Peppers. Até resisti bem nas primeiras músicas, mas, por volta das 22h30, acabei cochilando. Acordei com a TV ligada em Dragon Ball Z Kai e me pareceu bem melhor do que um show deles, que já está soando mais do mesmo há mais de uma década.

Crédito da foto: Lollapalooza Brasil/Facebook

Um pouco melhor, deu para aproveitar bem o sábado. Foi um pecado ver o show da Liniker acabar daquele jeito e fiquei na torcida para ela voltar no próximo ano para uma nova chance, já Anderson .Paak foi exatamente o que estava esperando dele e deve ser ainda mais legal em um lugar fechado – a mistura de R&B, soul, rap e derivados acaba fazendo algo único. Mas espetacular mesmo foi David Byrne. Ele tinha tantas formas de fazer uma apresentação e escolheu a mais performática e cheia de energia possível. Difícil, mesmo de casa, não sair renovado depois de vê-lo no palco com tanta disposição com sua ótima banda.

Assim como é muito difícil não rir e se emocionar com o Pearl Jam. Nem nos shows que eu fui (dois) teve tanta música boa. Ainda faltou aquele cover de Ramones para arrematar, mas, no geral, foi uma das melhores apresentações deles por aqui. Cheios de energia e ainda mais dispostos, eles tocaram por mais de duas horas. E Eddie Vedder não queria deixar o palco. E nem nós queríamos que acabasse, Eddie.

No último dia, pouca coisa me interessava e só liguei a TV na hora do show do Liam Gallagher. Claramente sem voz, ele deu uma bela segurada em canções onde ele costuma, ou costumava, esticar um pouco mais determinadas partes. Seu "estilão" rock and roll foi meio prejudicado pela cara de doente. Apesar disso, ele fez um show seguro com as músicas do primeiro disco solo mais alguns clássicos do Oasis.

Crédito da foto: Lollapalooza Brasil/Facebook

A pior apresentação do evento que eu vi foi para Lana Del Rey. Como é chato e ruim. Entendo a catarse coletiva que ela causa nos fãs – afinal, fã é assim mesmo quando o assunto é seu artista favorito. Mas ela não conseguiu criar nenhum tipo de empatia ou gerar o mínimo de curiosidade para ver o que ia dar a apresentação em quem não gosta da música. É o tipo de apresentação que compensa ficar uma hora esperando a atração final em pé do que encará-la.

O Killers consegue entregar discos recentes bem medianos, mas vamos admitir: eles entregam um show muito bom. Cheios de hits um atrás do outro, é um deleite para quem gosta. Até tomei uma dura em casa por cantar muito alto. De início, não gostei da ideia de tê-los como encerramento do festival, porém estava errado. Foi um grande acerto. E destaque para Dedé Teicher, apresentadora do Multishow e baterista, que entrou no palco para tocar "For Reasons Unknown" e foi muito bem.

Crédito da foto: Lollapalooza Brasil/Facebook

Pela TV não temos muita ideia do que acontece lá, então vou reclamar do som mais uma vez. Ainda não encontraram o jeito certo de transmitir o evento ao vivo com uma qualidade boa. E não podemos esquecer do problema de sinal bem na hora da transmissão do show de David Byrne. Já dos apresentadores não dá para reclamar muito: afinal, o Lollapalooza é parceiro do Multishow e como falar mal do produto do sócio da empresa que paga seu salário? Não tem como. Entender isso é compreender melhor todos os comentários genéricos feitos por todos que passam ali.

Outra reclamação: preço do ingresso. Lotou, mas pagar mais de R$ 1.000 para três dias de festival sempre soará absurdo.

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