Filme: The Beach Boys – Uma História de Sucesso, de Bill Pohlad (2015)



Antes de falar sobre o filme em si, gostaria muito de saber quem foi a pessoa responsável pelo nome na Sony aqui no Brasil. O título enganará o público, porque não é sobre o Beach Boys; é sobre Brian Wilson, um dos fundadores da banda. A distribuidora faz o que faz e tudo bem, certo? Esse caso é um erro escandaloso, que passaria nos tempos sem internet. Sorte a nossa que não dá mais para errar assim e passar sem uma reclamação.

O filme trata de dois momentos fundamentais na vida de Brian (Paul Dana/John Cusack): o passado, quando ele está sofrendo os primeiros transtornos causados pela esquizofrenia e excesso de drogas; e o presente, quando ele é manipulado por Eugene Landy (Paul Giamatti), um psiquiatra que desenvolveu o estranho tratamento de estar com seus pacientes 24 horas por dia. Com isso, Wilson foi afastado de sua família, amigos e todos que ele amava ou amou algum dia e apenas tinha acesso a tudo, inclusive bens materiais e dinheiro.

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Como uma boa cinebiografia, ninguém escondeu os problemas da mente brilhante dos Beach Boys. Nenhum mesmo – desde a falta de apoio do pai até a desconfiança dos companheiros de banda em estúdio. É importante salientar que tudo isso começou durante as gravações do clássico Pet Sounds, disco que mudaria o patamar dele e do grupo para sempre. À época, as vendas não foram boas e o desapontamento da gravadora e de Mike Love (Jake Abel) acabaram piorando as coisas.

O diretor Bill Pohlad fez uma opção batida ao ir mesclando entre o passado e o presente; de mostrar o auge físico, técnico e mental de Wilson nos anos 1960, enquanto, nos anos 1980, o compositor era inseguro e vivia dopado de remédios. Tudo mudou quando ele encontrou Melinda Ledbetter (Elizabeth Banks) em uma concessionária de carros. Landy é o vilão que detém o controle de tudo; Melinda é a heroína que aparece para salvá-lo. Parece mesmo um filme, mas foi a vida real.


São dois atores fazendo o mesmo personagem, então havia temor sobre como eles se sairiam. Mas, se olharmos bem, são duas personas completamente diferentes. Ainda que o Brian dos anos 1960 seja uma pessoa frágil emocionalmente, ele se realizava e se impunha no estúdio ao traduzir suas ideias aos músicos presentes nas sessões de gravação do histórico registro. Nos anos 1980, podemos ver e sentir um homem sem alma, desesperado e manipulável até o último fio de cabelo. As apostas em Paul Dana e John Cusack foram boas porque eles estão bem no papel principal. Dana conseguiu mostrar um pouco dos momentos geniais na produção e do início dos surtos; Cusack conseguiu fazer um homem fragilizado e cansado dessa situação, porém, ao mesmo tempo, sem energia alguma para fazer alguma coisa.

No geral, o longa é bom e consegue mostrar esses dois pontos fundamentais da vida de Brian Wilson. Não é inesquecível, mas consegue mesclar bem os momentos mais depressivos e melancólicos com certa leveza em determinados momentos.



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