Music on the Run, 5


Cinco anos depois, aprendi muita coisa tocando o blog

Começou como uma brincadeira na base do "vou escrever sobre música e ver no que dá". Hoje é boa parte da minha vida. Acordo, ligo o computador e sento na frente da tela para ver as novidades desse mundo fascinante da música. Notícias, resenhas, novas músicas, pesquisa, história, hoje e ontem. O Music on the Run não é apenas um blog, também é um pouco de autoterapia.

Porque esse espaço, um grão de areia no meio de gigantes, salvou a minha vida em vários momentos. Já estive perdido, hoje estou menos. Já estive com raiva e irritado com a vida, hoje compreendo melhor o caminho que me fez chegar até aqui. Não tenho coragem de chamar o Music on the Run de filho, porque é mais do que isso. É um companheiro incrível que me ajuda a melhorar em vários aspectos da vida – pessoal e profissional. A cada disco novo ou história contada, eu aprendo um pouco mais sobre a vida, as pessoas e sobre a música.

Tentei conquistar o mundo com as pernas em cinco anos, mas entendi que não é possível. Melhor caminhar aos poucos, um passo por vez. E não em busca de sucesso ou fama, apenas em tentar fazer o melhor que posso no dia. Se der certo, ótimo; se não, amanhã começa tudo de novo. Reclamar não adianta, eu percebi nesses cinco anos. Nem lamentar. Faço o que posso com o que tenho nas mãos e pronto. Um exemplo disso é o podcast: um ótimo projeto, mas, feito de maneira afobada, está parado. Um clássico de que empolgação não é nada perto da vida real, essa dureza. Espero um dia voltar com o projeto, os papos foram ótimos.

Também aprendi a equilibrar as coisas e o tempo nesse tempo. Final de semana é para ficar de olho, não trabalhar. E é para dormir oito horas por dia todos os dias, não é para ficar escrevendo até 2h, 3h. Nesse ritmo, muito provavelmente, não fique rico nunca. Mas terei dormido bem, ao menos. Assim eu vou tocando as coisas. Devagar e sempre para frente, melhor do que recuar alguns passos.

Já teve notícia, colaboradores e várias coisas para, no fim, reduzir e ficar em um tom mais pessoal nas resenhas e de análise nas colunas, e aumentei o foco nas trilhas sonoras - é meu prazer diário postá-las, confesso. E assim será até algum dia – de crescimento ou fechamento. Muito provável que o blog não dure para sempre - é difícil e dá pouquíssimo dinheiro –, mas terei lições para uma vida inteira. E tudo nasceu depois de um "você deveria focar no blog, você entende do assunto" dito pela Júlia em algum momento de maio de 2012.

Aqui estou eu, cinco anos mais velho (com certeza) e um tantinho mais experiente (talvez). Agradeço a Diogo Salles, Edison Santiago, Fernando Cesarotti, João Paulo Borgonove, Gabriel Carvalho, Giovanni Cabral, Júlia Mariano (editora de todas as edições do podcast), Rafael Monteiro (também contribuiu financeiramente), Ricardo Seelig e Rodrigo Carvalho que, de alguma maneira, colaboraram para o crescimento do blog. Aprendi com eles e ainda aprendo muita coisa todos os dias. E também ao Felipe Portes, o primeiro patrão que acreditou no projeto lá no Patreon.

Por mais cinco anos? Não sei, só quero um dia de cada vez. Ficarei feliz se completar o sexto. E assim irei, um dia por vez, um disco por dia. De segunda a sexta, falando de hoje e do passado, a melhor maneira de homenagear o que a música me deu: uma vida cheia de canções maravilhosas e boas lembranças.



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