Saída do Reino Unido da União Europeia também afeta indústria musical


Principal representante  fala em "incerteza", "forte impacto nos negócios" e busca acordo com governo

Na madrugada desta sexta-feira (24), um plebiscito no Reino Unido decidiu pela saída da União Europeia por 51,9% a 48,1% dos votos. Se o mercado financeiro acenou com um princípio de crise, a Associação de Negócios da Indústria Fonográfica Britânica (BPI na sigla em inglês) também sentirá o impacto da decisão pelos próximos anos.

Segundo o último levantamento, a indústria musical britânica gera receitas de £ 4 bilhões (perto dos R$ 20 bilhões) anuais para região. Logo que a decisão saiu, o BPI anunciou que entrará com um pedido junto ao governo para ter garantias de negociar livremente na Europa a partir do momento em que a ruptura se concretizar.

"O resultado do referendo vem como uma surpresa para muitos na comunidade de música, que verá a incerteza econômica que se avizinha e o impacto que isso pode ter sobre as perspectivas de negócios", disse o presidente-executivo do BPI Geoff Taylor. "As consequências políticas e macroeconômicas no curto prazo significarão novas prioridades para a indústria da música em nosso trabalho com o governo", continuou.

"Vamos pressionar o governo para negociar rapidamente acordos comerciais que garantam o livre acesso aos mercados da União Europeia para a nossa música e nossos artistas. Nosso governo também terá a oportunidade de legislar regras de direitos autorais mais fortes que incentivem o investimento no Reino Unido para proteger os criadores da pirataria. Estamos confiantes de que a música britânica continuará a ser extremamente popular em toda a Europa e vamos trabalhar duro para garantir isso", finalizou.

Músicos do calibre de Damon Albarn e Noel Gallagher se manifestaram contra a decisão.

"Meu coração está pesado hoje. A meu ver, a democracia falhou porque as pessoas foram mal informadas. E eu só quero que, todos vocês saibam que quando sairmos daqui, podemos mudar essa decisão. É possível", disse Albarn.

"Eu não acho que deveria ter sido feito [o plebiscito]. Eu vejo os políticos na TV todas as noites nos dizendo que esta era uma decisão importante, que poderia nos foder e mudar o Reino Unido para sempre. O que você está pedindo para as pessoas? 99% delas não conseguem ver se alguém os mordeu na bunda", disse Noel.

A saída em si demora até dois anos, mas os impactos serão sentidos no curto prazo. A torcida fica para não afetar os festivais e o trânsito de músicos britânicos pela Europa. Porque uma decisão desse tamanho mexe muito com um país, imagine com quatro? Torcida para que tudo se resolva da forma menos traumática possível.

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