Seriado: Vinyl (HBO) – S01E01


Mick Jagger, Martin Scorsese e Terence Winter produzem o programa, que já ganhou uma segunda temporada antes mesmo do encerramento da primeira

Os anos 1970 foram uma época louca na música, especialmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. As coisas aconteciam lá a uma velocidade incrível e toda gravadora estava atrás do próximo sucesso. Esse mote faz parte de Vinyl, série que estreou no último domingo na HBO.

A história gira em torno de Richie Finestra (Bobby Cannavale) e a venda de sua gravadora, a American Century, para a alemã Polygram. Casado com Devon Finestra (Olivia Wilde), uma ex-modelo de Andy Warhol, ele é aquele executivo típico dos anos 1970: grita com as pessoas, fez carreira do zero, faz manobras contábeis para inflar o número das vendas, usa drogas e bebe uísque como se não fosse nada.

Cercado de pessoas dispostas a ajudá-lo, Finestra tenta sua manobra mais ousada: contratar o Led Zeppelin, que daria prestígio e uma última carta na manga nas negociações. Mas o negócio não vai para frente – isso aconteceu mesmo, e a banda fundou a Swan Song Records – muito por conta de Peter Grant, o empresário linha dura.

Entre idas e vindas, a vida de Finestra não anda nada bem nos campos pessoal e profissional, então a série transita em como eram as festas de negociações eram regadas a cocaína, prostitutas e muita bebida, como o mercado do jabá era algo normal e estabilizado, como a máfia começou a atuar em parte do negócio para ampliar o leque de opções para lavar o dinheiro e como o negócio em si era cruel com as grandes gravadoras engolindo as pequenas cada vez mais rápido e sem dó, e como a busca pelo próximo sucesso motivava os funcionários da gravadora - também com seus vícios em drogas, bebida e sexo. A história de Finestra muda completamente na segunda metade do episódio (é um spoiler imenso, então não tem como contar).

Algumas coisas incomodam, mas não atrapalham, como o Robert Plant muito falso e nada convidativo. Mesmo isso não tira o fato de o primeiro episódio dirigido por Martin Scorsese ser um primor de produção e de acertar na mosca ao mostrar o que era a cena da música em 1973. É maravilhoso saber que Mick Jagger, Scorsese e Terence Winter estão interessados em contar esse tipo de história, um vácuo que era preenchido por livros. Agora tem uma série sobre isso. Para quem gosta de música e seus bastidores, é ótimo ver algo assim.

Abaixo, uma prévia do segundo episódio:



Veja também:
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