Rock in Rio 2015: semana 1 – ou como o festival virou o Cover in Rio


Acompanhar um festival do sofá é uma experiência encantadora. Primeiro, é possível acompanhar todas as apresentações ao vivo, com o ventilador ligado e tomando sorvete. Segundo, os comentários no Twitter são muito divertidos e dão uma graça a mais ao Rock in Rio.

Pelas escalações, a primeira semana do festival foi marcada por homenagens à edição de 1985, ao metal e à Alpha FM.

18/09, sexta-feira

Palco Mundo: Queen + Adam Lambert, OneRepublic e The Script

Palco Sunset: Tributo a Cássia Eller, Lenine + Nação Zumbi + Martin Fondse, Ira! + Rappin' Hood e Tony Tornado, Dônica + Arthur Verocai

Foi um porre boa parte disso – as atrações do palco Sunset foram maneiras, não mais do que isso –, ainda mais com a sucessão de covers que rolaram ao longo do dia, incluindo a patacoada Queen + Adam Lambert. O rapaz não canta mal, mas é sem condições, e eu nem gosto de Queen ao ponto que muitos amigos gostam. De início, isso nem é um Queen inteiro: é meio Queen com um vocalista performático e músicos contratados para dar apoio. Ainda bem que melhorou muito quando Roger Taylor foi cantar, a lamentar que ele faça isso tão pouco.



19/09, sábado

Palco Mundo: Metallica, Mötley Crüe, Royal Blood, Gojira

Palco Sunset: Korn, Ministry + Burton C. Bell, Angra + Dee Snider + Doro Pesch, Noturnall + Michael Kiske

O dia começou com Noturnall (que reúne todos os clichês possíveis em uma banda de metal) + Michael Kiske, ficando bom quando Kiske entrou no palco. O Angra fez um show divertido que ganhou ainda mais animação com a entrada de Dee Snider para cantar dois clássicos do Twisted Sister ("I Wanna Rock" e "We're Not Gonna Take It"), mas bom mesmo foi o Ministry, diferente do chatíssimo Korn. Só vi um pedaço do show Gojira, por isso não dá para falar muito. Em compensação, o Royal Blood foi legal, apesar de maçante na parte final.

Sobre Metallica e Mötley Crüe: não vi o show do primeiro, porém já dava para saber que seria algo burocrático antes mesmo de os caras entrarem no palco (e ainda rolou um problema no som) pela falta de criatividade na escolha das músicas. E o segundo se despediu em grande estilo ao colocar todos para pular na apresentação mais anos 1980 do festival.



20/09, domingo

Palco Mundo: Rod Stewart, Elton John, Seal, Paralamas do Sucesso

Palco Sunset: John Legend, Magic!, Baby do Brasil + Pepeu Gomes, Alice Caymmi + Eumir Deodato

O dia começou com a parceria entra Alice Caymmi + Eumir Deodato (também cheia de covers) – queria ver um disco disso e um show a noite, porque deve soar melhor do que às 15h. Excelente foi o reencontro entre Baby do Brasil e Pepeu Gomes, 30 anos depois de o ex-casal tocar no festival pela primeira vez – o choro do guitarrista diz muito sobre esse momento espetacular. Eles enfileiraram hits e fizeram a festa do pessoal, diferente do chato Magic!, que mais parecia uma banda de algum bar de Santos.



Paralamas do Sucesso soltaram um sucesso atrás do outro, mostrando que a banda é uma das grandes do Brasil e consegue animar qualquer festival. Sobre Seal e John Legend: pulei sem dó e não me arrependo (tomar banho, jantar e trabalhar um pouco foram prioridades). Tocando o mesmo setlist de 2011, com a imensa diferença de não disputar espaço com fãs ridículos de Katy Perry e Rihanna, Elton John entregou todos os sucessos possíveis dentro do tempo de show. E só isso basta. Uma pena que o sono me venceu, porque queria ter assistido ao Rod Stewart e sua mistura de sucessos dos anos 1960 e 1970 com seu repertório à la Wando. Fica para próxima.



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