Whiplash não é apenas um filme, é recorte sobre a vida nos anos 2000


No último sábado, comecei minha maratona anual de filmes do Oscar e, por indicação da Júlia Mariano, Whiplash – Em Busca da Perfeição foi o primeiro da lista – quem quiser acompanhar, estou fazendo minirresenhas no Twitter. O longa conta a história de Andrew Neyman (Miles Teller), que sonha em ser um baterista de jazz e consegue a chance única de entrar na sala do professor rigoroso Terence Fletcher (J.K. Simmons), conhecido pelos métodos quase militares de ensinar disciplina a seus alunos.

Por conta da enorme pressão diária em atingir a perfeição, Neyman começa a pensar apenas no trabalho e deixa de lado tudo que possa interferir em sua vida, incluindo uma bonita namorada, tudo para impressionar Fletcher e mostrar que é capaz de ser o próximo gênio da bateria, algo que não se vê há muitos anos. A meta de vida vira algo autodestrutivo e com longas sequelas na vida das pessoas. No mundo real, isso causaria depressão, problemas psicológicos graves e sequelas por toda vida.

Trazendo o exemplo do filme para realidade, conheci muitas pessoas assim e eu mesmo já fui assim, meio maluco por um objetivo, deixando de dormir, de sair e tomando certas decisões que me arrependo. Isso só me deixou, e as pessoas que conheci, doentes, chateadas e a maioria desistiu. Porque quando um objetivo, seja ele qual for, não dá mais certo quando vira uma obsessão. Isso machuca as pessoas ao seu redor e você mesmo, seja no curto ou no longo prazo.

Por isso, Whiplash serve como exemplo para o bem e para o mal. Porque você pode ser determinado em tudo que você quiser, ter objetivos, querer melhorar, mas não do jeito que acontece no filme. É errado, pelo menos na minha visão, querer atingir uma meta de vida daquele jeito, quase se matando. Não vale a pena, mesmo.

Citando outro filme que vi, Boyhood e Whiplash se complementam. Se o primeiro consegue retratar bem a minha geração ao falar sobre como é crescer nos anos 2000 e não saber direito o que quer quando chega a temível época da faculdade, o segundo é outro recorte desse período. De alguém que deseja provar que é bom em algo de qualquer forma.

É muito, muito melhor ter algum tipo de paz do que fazer qualquer coisa pelo sucesso. Um dia a recompensa vem. Sempre vem.

Veja também:
Crítica de Whiplash - Em Busca da Perfeição

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