Pono, loja virtual de música de Neil Young, está no ar. E o que isso significa?


Não é de hoje que Neil Young luta por uma melhor qualidade na música. Como grande cara que é, não ficou parado e luta contra isso. Há dois anos, ele esteve no programa de David Letterman para anunciar e dar mais detalhes sobre o Pono, um serviço muito semelhante ao que a Apple oferece, aparelho e compra de música, mas com qualidade do arquivo superior. Enfim, ele saiu do papel e está funcionando.

Há muito tempo que existe esse debate sobre a qualidade do som – não da música, do som mesmo. Com um arquivo MP3 simples, é possível colocar inúmeras músicas no celular ou em qualquer outro aparelho que reproduza música. Com o FLAC, a melhora do som é visível, mas o tamanho do arquivo é maior e diminui um pouco as opções. Então, você opta pela qualidade ou pela quantidade?

"Tem sido uma longa jornada. Não foi fácil chegar até aqui, mas você fez isso acontecer, apoiando a nossa visão. Temos trabalhado com as gravadoras, artistas e produtores, e vamos continuar fazendo isso. Vamos encontrar o melhor [som] e trazê-lo para você. Queremos preservar a história da música, em toda a sua beleza e expressão, sempre. Para sempre”, disse Young, em nota que está no site do Pono.

O diferencial do Pono é a qualidade do som, superior ao de serviço de streaming e de lojas concorrentes (Foto: Pono/Divulgação)

Young optou pela qualidade. E não apenas uma qualidade boa, mas uma que ele próprio sentisse prazer em ouvir música novamente em um aparelho portátil. O Pono tem um público claro: quem é aficionado por música. Não basta gostar, é preciso entender a proposta do Pono e entrar junto. Claro, isso tem um preço.

Um comparativo simples nos preços: dá para comprar a versão deluxe de Storytone, novo disco de Neil Young, por US$ 14,99 na iTunes Store. Já na loja do Pono, o mesmo disco sai por US$ 32,29 – mais que o dobro. Do ponto de vista empresarial, olhando para o perfil do público consumidor, o Pono não tem a menor chance de ser viável e ganhar dinheiro para se sustentar no curto prazo – talvez um serviço anual de assinatura seria uma ideia melhor. O sucesso dessa empreitada dependerá muito dos fanáticos pela música, que podem ficar encantados pela qualidade do arquivo e pela beleza do aparelho. É uma coisa para quem ama a música profundamente e quer ter o melhor em sua coleção digital, não apenas para quem gosta.

Como filho dos anos 1960 e vivido nos anos 1970, Neil Young tem coisas que essa geração carrega nas costas: liberdade, fazer o que deseja e lutar por seus sonhos. E por ser ele, alguém que sempre fez o que quis e sofreu as consequências, boas ou não, só ele sabe se isso dará certo ou não. É ótimo ver alguém lutando pela qualidade da música. E alguém do calibre de Young pode fazer a diferença. Resta saber se o Pono será ou não um sucesso. A torcida é pelo sim.

"Existe uma maneira de fazer isso certo, e vamos fazê-lo. Nós compartilharemos como vamos fazer isso com você ao longo dos próximos meses. Vamos fazer algumas coisas revolucionárias. Vamos fazer música de uma forma que nunca foi feita, uma forma que permite constantemente alcançar a melhor experiência de audição”, completou.

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