Spotify, Google e o serviço por streaming


Tivemos duas coisas curiosas acontecendo no mundo da música nos últimos dias. Enquanto Taylor Swift retirava suas músicas dos serviços de streaming, o Google anunciou a criação do Music Key para concorrer com Spotify, Rdio e Dezeer, que vêm dominando o mercado nos últimos anos.

Com assinatura de R$ 12,90 por mês, o Music Key chega em um momento delicado, já que os músicos estão questionando muito a remuneração de seu trabalho. Por ser o maior de todos, o Spotify acaba sendo o mais falado. Pagando entre US$ 0,006 e US$ 0,0084 por canção executada, os executivos afirmam que pagaram mais de US$ 2 bilhões aos artistas desde sua criação, mas algo está errado. Se tudo isso foi pago, qual o motivo da reclamação?

Basicamente, tudo começou quando nomes do tamanho de AC/DC e Thom Yorke se recusaram a colocar suas canções lá, alegando que não compensa. Se uma canção é ouvida 200 mil vezes, dá um total de US$ 1.200 para o dono dela (a conta foi feita com o menor valor). Isso dependendo de quem é, porque quando mais famoso e com mais singles, mais dinheiro ganha-se. Claro que é pouco, principalmente para bandas mais famosas. 

Desde o problema com a pirataria não se via um movimento tão grande de insatisfação com relação aos serviços. Mas sabe o que é engraçado? Ninguém reclama do modelo da Apple Store, já que é exatamente os insatisfeitos querem: remuneração por música. Na loja virtual da Apple, você paga um determinado valor e pronto, cada um ganha sua parte. Obviamente, é muito melhor e ganha-se mais. O Music Key chega com um modelo semelhante, prometendo pagar 70% dos lucros aos músicos.

Esses serviços de streaming chegaram como alternativa à pirataria na base do “é melhor ganhar pouco do que nada”. Alguns se tocaram disso agora, outros preferem não se manifestar e deixar tudo como está e ainda há quem procure novas alternativas. Yorke achou que seu mais recente disco solo vale US$ 6, fez uma parceria com o BitTorrent e conseguiu US$ 26,4 milhões até a data de hoje.

Mas problema parece ser maior do que isso. Quem reclama desses serviços, alega que a música, cada vez mais, está sendo tratada como algo descartável e não vê seu trabalho ser valorizado. Quem defende, afirma que tudo isso facilita o caminho de quem deseja consumir, e isso é um ponto inegável. 

Quem paga por essa disputa é o consumidor. Garanto que muita gente ainda opta por baixar músicas no Pirate Bay por não ver vantagem em nenhum deles. Esse é o ponto, tentar matar a pirataria que ainda suga e dá prejuízo a todos os envolvidos, mas como juntar tudo para agradar músicos, executivos de gravadoras e dos serviços? Essa é a pergunta de US$ 1 milhão.





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