Resenha: Lana del Rey - Born to Die


Finalmente chegou ao mercado a estreia de Lana Del Rey, Born to Die, em formato físico. Fenômeno na internet com quatro músicas lançadas até então, a cantora é uma das apostas de várias revistas e da mídia como grande estrela da indústria neste ano – a esperança é que ela seja a Adele de 2012 nas vendas.

A música de abertura disco já é conhecida por todos é também é a faixa que dá nome ao álbum: “Born to Die”. Uma melodia calma, arranjos bem feitos e uma letra bem tenebrosa, Lana Del Rey abre os trabalhos com pouca intensidade e diz, até em excesso, que é a última chance de aproveitar a vida separada, já que os dois nasceram para morrer.

Com uma batida poderosa, “Off To The Races” é a segunda música e é muito diferente da primeira. Se o início fala em morte, a cantora praticamente implora que seu amado fique e fuja com ela para sempre.

A sequência veio com “Blue Jeans” e, até o momento, nada demais é apresentado no trabalho e até o uso em excesso da mesma fórmula nas canções (verso, refrão, verso, refrão) deixa claro que Lana Del Rey precisa se esforçar mais se quiser alcançar um nível satisfatório.

Para encerrar o primeiro terço do disco, a música escolhida foi que a colocou Lana Del Rey em uma espécie de topo da cadeia alimentar do show business: “Video Games”. O refrão grudento ajuda a gravar essa música na cabeça mesmo que você não queira (quase um “Ai se eu te pego” com grife). A voz dá um tom de drama para a música e é compreensível que tenha estourado no YouTube.

Uma virada acontece em “Diet Mtn Dew” e Del Rey incorpora Rihanna em “Umbrella” e o nível do disco, que era até bom, cai de maneira drástica. Essa música poderia ser facilmente cortada e esquecida da discografia da cantora. Em “National Anthen”, a inspiração do hip-hop não termina e é outra música ruim que fala apenas em ter dinheiro e que a mulher é tão importante que é comparada ao hino de um país. E ainda temos a metade do disco pela frente.

Em “Dark Paradise”, a métrica das primeiras músicas volta e a cantora diz Everytime I close my eyes/It's like a dark paradise/No one compares to you/I'm scared that you won't be waiting on the other side/Everytime I close my eyes/It's like a dark paradise/No one compares to you (Toda vez que fecho meus olhos/É como um paraíso escuro/Ninguém se compara a você/Estou com medo que você não vai esperar do outro lado/Toda vez que fecho meus olhos/É como um paraíso escuro/Ninguém se compara a você).

O álbum segue e em “Radio” e há uma mistura de tudo que há no álbum e é outra música apenas razoável de um disco que se mostra muito abaixo do esperado, diante das expectativas. Já em “Carmen”, Lana Del Rey mostra outro tipo de música, com uma melodia mais caprichada e usando um personagem como tema central.

A calmaria segue e qualidade continua ruim em “Million Dollar Man”. Lana Del Rey pensa que tem voz para cantar um tipo de música quase falada, mas ela não tem e fracassa nisso. A penúltima música do disco é "Summertime Sadness" e mais uma vez o início do disco é lembrado, com uma música com cara de próximo single. Por fim, "This Is What Makes Us Girls" a possível inspiração no hip-hop é escolhida para encerrar a estreia de Lana Del Rey no mercado fonográfico.

A tão aguardada estreia de Lana Del Rey decepcionou em muitos sentidos. Ela soa muito artificial, além de ser uma cantora muito abaixo da média (a estreia no Saturday Night Live mostrou isso). As letras grudentas soam comerciais demais e o disco peca pela irregularidade, que fica mais baixa do que alta. Outro fator determinante para uma estreia ruim é a pressa, que foi inimiga da cantora. Talvez se tivesse esperado um pouco mais, poderia ter lançado um EP com suas quatro músicas e teria tempo para trabalhar melhor sua estreia. O que também atrapalhou foi a mistura de ritmos. Por querer experimentar de tudo, a cantora exagerou na dose.

Decepcionante é a palavra para definir Born to Die.

Nota: 2/5

Comentários

  1. Eu morri de rir com a triste imagem da Lana Del Rey no SNL cantando "delicious, delicious..." Michel Teló de grife foi ótima.

    Eu acho a menina muito genérica ainda. Mas ela lembra - de alguma forma cósmica - a Feist, lá nos primórdios dos primórdios, quando tudo que fazia era "u-uh". Só que a Feist teimou em NÃO lançar o primeiro álbum logo que começou.

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