All Things Must Pass

Hoje faz dez anos que George Harrison morreu. Ah, o tempo, talvez a coisa mais implacável que exista no mundo. Nos faz perder amigos, pais e nossos ídolos. Mas o tempo que o beatle mais novo viveu não foi em vão, acreditem.

George era sempre colocado de lado com suas composições nos Beatles e George Martin, o produtor da banda, já confessou algumas vezes que se arrepende amargamente disso. Mas quem disse que o guitarrista ligou para isso?

Em uma das crises dos Beatles, deixou a banda e quase não voltou mais. No filme Let it Be, existe uma cena de Paul McCartney reclamando da forma como ele estava tocando e George ironizou: “Ok, cara, eu vou tocar do jeito que você quiser. Não vou tocar nada que não seja do seu jeito”. Esse era George.

Talvez “Something” seja a música mais bonita da história e foi escrita por George. E o guitarrista, achando que estava copiando alguém, deixou a canção seis meses guardada. Paciente, esperou sua vez e foi seu único lado A em de todos os compactos lançados pelos Beatles.

Enfim, a vida de George Harrison foi assim. Talvez o beatle mais discreto de todos foi o que teve a melhor carreira solo. Admirador da cultura Hare Krishna, influenciou muitas pessoas mundo e foi o primeiro a fazer um show pelas causas humanitárias, o Concert For Bangladesh, quando reuniu artistas como Eric Clapton, Bob Dylan, Ringo Starr, Leon Russell e Billy Preston.

Tudo na vida é uma passagem, seja alguma coisa boa ou ruim. A passagem de George por aqui foi um baita exemplo. E ele faz muita falta.

All things must pass.
None of life's dreams can last.
So, I must be on my way
To face another day


Comentários